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O papel da poética fotográfica

A fotografia em si é uma poesia. O instante que a fotografia congela, assim como os movimentos eternizados pela cena, tem a sua poética. A textura, a luz, a intensidade de cor, a sombra, tudo isso constrói uma narrativa possuidora de poéticas diversas, inclusive. Apesar disso, para alguns, a fotografia é apenas um registro.


Um dia de sol com o contraste ao máximo ganha nova poética. Praia da Barra, Portugal (Denis Renó, 2018).

Não. A poética fotográfica vai além. A sua capacidade de registrar momentos específicos ao invés de reproduzir momentos contínuos (como o vídeo) é fabulosa. Ela congela o movimento, paralisa o tempo, eterniza a luz. E a poética está por trás disso tudo. O próprio movimento do vídeo é construído pela poética fotográfica. Como disse o eterno Henri Cartier-Bresson, o documentário nada mais é do que uma fotorreportagem em movimento.


Mas a poética fotográfica pode ser ampliada. O tratamento da fotografia, por exemplo, pode valorizar uma característica em comparação com outra. Um maior contraste, uma valorização de textura, uma transformação em preto e branco ou um ajuste para tornar as cores mais vívidas, enfim, uma manipulação da imagem também transforma a poética, e não somente a foto em si.


O tratamento valoriza texturas e camadas, como essa neblina em pleno verão. Bauru, Brasil (Denis Renó, 2021).

Por isso, o debate sobre as diversas poéticas fotográficas é fundamental, especialmente nos dias de hoje, quando a imagem assume cada vez mais uma posição de protagonismo narrativo. O que Marshall McLuhan e Lotman propunham há anos está se tornando cada vez mais uma realidade: a narrativa por imagens será cada vez mais protagonista nos contextos comunicacionais.




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